Para substituir o Vitara eu não queria uma Pick-up grande, ou derivados de pick-up com motor grande, pois a minha família é pequena, somos apenas em três, queria outro carro turbo diesel para aventuras andinas, mas apesar dos problemas que tive com o CRI do Vitara nem pensava em voltar para um motor como injeção mecânica, porque além de ter menos torque, funcionar pior em baixa, e a pressão ecológica pela proibição do diesel com elevados índices de enxofre trará problemas para os bico injetores mecânicos, devida a baixa lubricidade do diesel quando o teor de enxofre for menor que 500 ppm. Queria mesmo comprar um Vitara novo com o novo motor turbo diesel 1.9 da Renault com 300 N*m, como é o caso dos Vitaras vendidos na Europa, cheguei a consultar o importador da Suzuki para ver se havia previsão de importar esta versão, mas nem tive resposta do e-mail que enviei via site.
Assim para substituir o Vitara restavam poucas opções, Só Havia o Mercedes ML 320, com motor 3.0 V6, o SsangYong Kiron, que viria ainda em setembro com o motor M200 (2.0 com 105 kW da Mercedes também) e o Kia Sorento. Bom o ML 320 é muito caro, e o Kiron com o motor M200 atrasou porque a fábrica da SsangYong na Coréia estava invadida pelos funcionários depois da concordata em março, também achei arriscado comprar o Kiron, pois só 93 com o motor M270 foram emplacados no 1º semestre no Brasil. Restou então a Sorento, que teve quase 1000 unidades emplacadas no semestre, além da segurança da marca KIA-Hyundai, que é o 5º maior grupo fabricante de automóveis no mundo depois da crise de 2008, assim decidi por este, mesmo sendo um CRDI de segunda geração enquanto tanto o Kiron, como o ML serem já de terceira geração e o Kiron com o motor M200 custar 20 kR$ a menos.
A Sorento até 2006 usava injeção CRDI de 1ª geração, com turbina waste-gate com a mesma EDC Bosck do Traker com motor Peugeot e S10, mas eu comprei uma 2009 e esta usa uma Injeção CRDI de 2ª geração com turbina de geometria variável, a potência aumentou de 105 kW para 125 kW e o torque de 320 N*m para 392 N*m com motor 2.5 l, só para se ter um parâmetro de comparação a Pajero Full com motor 3.2 tem 374 N*m e o Hilux SW4 com motor 3.0 tem 343 N*m, a Pajero Sport com motor 2.5 tem apenas 300 N*m. A pressão máxima da linha de injeção aumentou de 1300 bar para 1600 bar, com a pressão maior os períodos de injeção ficaram menores e agora ao invés de 3 pulsos de injeção o motor pôde ter 5 pulsos (dois pré, um principal e dois pós), assim a queima de combustível fica melhor, o motor polui menos. Isto faz com que o carro fique muito econômico mesmo no meu caso onde o câmbio é automático. Eu viajei de Curitiba a Uberlândia, rodei dois dias lá, e fiz 1035 km com um tanque, o carro fez na estrada, mesmo com o motor ainda não amaciado 11,7 km/l na ida e 11,5 km/l na volta, já na cidade, por enquanto ele esta fazendo apenas 8,5 km/l. O manual fala em um tanque de 80 l com reserva de 12 l, mas eu acho que é 80 l com mais 12 de reserva, pois eu já abasteci 3x com um pouco mais 86 l. Não é tão econômico quanto o Vitara com motor Peugeot que fazia 13 km/l na estrada e 11 km/l na cidade, mas o Sorento, além de ter câmbio automático é 500 kg mais pesada e tem uma área frontal uns 20% maior, apesar de ter uma aerodinâmica mais elaborada. Nenhum dos concorrentes de mesmo porte, as Pajeros e Hilux são tão econômicas, mesmo com câmbio manual e motores menos potentes. O protocolo de comunicação passou de OBDII-ISO para OBDII sobre barramento CAN, que foi uma mudança boa, pois o barramento CAN integra vários módulos independentes sobre o mesmo barramento, como EDC, Painel, ABS, Controle de tração (nos modelos do exterior) e bloqueio eletrônico de rodas (HDC e diferencial eletrônico, também nos modelos do exterior), e assim o chicote elétrico do carro fica muito mais simples, o painel da Sorento por dentro é limpo ao invés do esperado emaranhado de cabos. Eu não pretendo ficar exclusivamente na mão dos mecânicos da assistência técnica da Kia, apensar do veículo ter 5 anos de garantia, estou entrando em contato com o meu fornecedor na Alemanha, pois ele também tem interfaces para OBDII sobre CAN,e vou ter esta ferramenta na caixa de ferramentas do carro, pois eu pretendo fazer viagens de aventura, onde nem sempre tem uma autorizada.
Assim que tiver mais experiência com a Sorento eu continuo o relato.
Walter A. Kapp