O projeto nacional de biodiesel no Brasil, que tem seu marco legal a partir de 2008, terá que pegar no tranco para atender as metas estabelecidas pelo governo federal. A três meses da entrada em vigor da obrigatoriedade da adição de 2% (B2) de óleo vegetal ao diesel comum, o país não tem assegurado os 840 milhões de litros de biodiesel, volume necessário para a mistura ao combustível mineral.
Além disso, pelo menos por enquanto, é o agronegócio comercial que vai socorrer a política social originalmente prevista pelo programa.
A matéria-prima para produção do biodiesel, que deveria ser fornecida por pequenos produtores, virá da soja, a commodity agrícola com maior liqüidez no mercado internacional.
Como a produção a partir da mamona, pinhão manso, canola, girassol e palma não tem escala, apesar de serem as oleaginosas mais indicadas, por conta do alto teor de óleo, sobrou para a soja. No próximo ano, 80% do biodiesel produzido no país será à base de soja.
O grão ainda tem outro fator limitante: o preço. Com a cotação da soja em alta, calcula-se que o litro do biodiesel deveria custar pelo menos R$ 2,20.
Com o diesel em torno de R$ 1,80 ao consumidor, ganha força a discussão sobre a viabilidade econômica do combustível vegetal. A própria Associação Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) teme que o descompasso entre oferta e demanda pressione os preços do óleo vegetal, elevando o custo do biodiesel na ponta, ou seja, no consumo.
Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja, de Londrina, diz que o programa de biodiesel é uma realidade e que o Brasil terá a quantidade necessária para atender a demanda do B2. A questão é a que preço e também quem vai pagar essa conta. Ele não tem dúvidas de que esse impasse vai parar nas bombas de abastecimento.
O fornecedor que participou dos leilões da Petrobrás para contratação de biodiesel vai ter que entregar o produto. Para isso, explica Dall’Agnol, terá que sair no mercado em busca da matéria-prima, no caso a soja. A dificuldade é que a usina negociou o produto a um preço entre R$ 1,74 e R$ 1,86, segundo a ANP. O problema é a cotação do óleo vegetal, que custa mais do que isso.
De qualquer maneira, o pesquisador se mostra otimista. Pelas suas contas, a variação final do preço no posto não deve ser maior do que cinco centavos de real, desde que a base de cálculo fique restrita aos 2% da composição do combustível. Para o governo, vai ficar fácil justificar esse aumento, seja com o apelo ambiental, de um combustível menos poluente, ou então pelo lado social, de inclusão do pequeno produtor.
Na avaliação de Amélio Dall’Agnol, no futuro a consolidação da política de biodiesel vai depender da ampliação das opções de matéria-prima, que não a soja. Também será preciso estruturar a cadeia de fornecimento e processamento, como no sistema de intregração das usinas de açúcar e álcool.
Oferta e demanda
Dos 840 milhões de litros necessários para a mistura B2 a partir do ano que vem, foram contratadas 815 milhões. Mas apenas metade do volume teria sido entregue.
Pelos dados da ANP, de janeiro a julho deste ano o Brasil produziu 147 milhões de litros. Segundo Amélio Dall’Agnol, o país produz 27 milhões de litros/mês, 1/3 da demanda de 70 milhões de litros para atender o B2. Ele destaca que existe capacidade instalada e que a partir de janeiro as usinas vão ter que operar a todo vapor para honrar os contratos de fornecimento. O Ministério de Minas e Energia diz que entregas serão feitas até o final do ano. Mas empresas e analistas dizem que apenas 60% do que foi leiloado será realmente entregue e o resto da produção está só no “papel”.
entao... esse tal "programa social" tao lindo soh poderia msm dar nisso... pq foi feito pra privilegiar quem??? SEM TERRA! bando de sem-vergonha! semana passada invadiram a fazenda de uma amiga, pq dizem que o pasto em sistema voisin rotacionado que estava em descanso eh IMPRODUTIVO. eh claro q uma demanda que deveria ser suprida por esse bando de vagabundo nao poderia dar certo! melhor pra mim, filho de sojicultor e quase agronomo. mas nao queria que fosse assim... infelizmente o problema vai bem alem da economia. eh cultural! porque a maioria das culturas "indicadas" pra produçao do biodiesel deve ser colhida manualmente. isso quer dizer que SE boia-fria e msm funcionario fixo nao desse tanta dor de cabeça, um monte de sojicultor plantaria esses culturas, gerando assim uma materia prima de melhor qualidade e altamente lucrativa pra todos, geradora de empregos, renda e ainda que reduziria a emissao de poluentes e o custo do combustivel. e por que nao fazem? porque quem ja contratou boia-fria algum dia na vida hoje foge disso como o diabo da cruz. e por que os sem-terra nao fazem a parte deles? porque sao vagabundo! eu faço trilha de fusca! sou um sem-jeep, e nem por isso vou entrando no HULK ou no QUINDIM pra fz trilha...
outra coisa: a soja, diferente da mamona, deveria ser usada pra alimentaçao humana! ou pra alimentaçao animal visando a alimentaçao humana. claro que pra mim eh bom se o preço da soja subir, mas eu ainda pretendo ter filhos, e queria que esse mundo fosse um lugar mais justo pra todos... tenho ateh medo de por alguem nesse mundo do jeito que ele anda.
desabafos a parte, continuo procurando uma soluçao pra esses programas do governo, mas tah dificil... mas o biodisel vale a pena! tem uma discussao mais tenica e menos politica no topico "biodiesel eh incrivel e voce pode fazer".
dieselboy, nao estou desmerecendo seu topico nao! axo muito interessante! mas a discussao tecnica e a politica, ainda que sobre o msm tema, sao discussoes diferentes. axo que vou postar lah no outro falando daki tbm!
e por favor, se o Lula morrer, me avisem que faço questao de ir no velorio chutar o defunto!
29/07/2008 - 03h17 Governo enterra de vez biodiesel feito só com mamona
da Folha Online
O governo descartou a possibilidade de produzir biodiesel usando apenas óleo de mamona, segundo resolução da ANP (Agência Nacional do Petróleo) publicada em março, informa reportagem de Humberto Medina publicada na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Celebrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o produto foi considerado inadequado pela ANP. Pelos parâmetros, o biodiesel produzido apenas com mamona é muito viscoso e poderia danificar os motores. Com todas as demais oleaginosas --soja, pinhão manso, algodão etc.- é possível produzir biodiesel sem precisar de mistura com óleo ou outro material gorduroso.
Em fevereiro, a mamona ainda respondia por 0,17% da produção de biodiesel, contra 68,41% da soja.
Ao contrário da ANP e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério de Minas e Energia informou, por meio de sua assessoria, que é possível produzir biodiesel usando 100% óleo de mamona.
Para o ministério, o nível de viscosidade exigido pela portaria da ANP é "mais difícil" de ser atingido com a mamona pura, mas "o processo industrial de fabricação de biodiesel consegue trazer ao óleo de mamona a viscosidade exigida pela resolução".
Aqui no Nordeste, tem-se vendido o Óleo vegetal puro, sem precisar preparo por mais de R$ 1,80. A ANP tava fazendo leilão e pegando R$ 1,85 pelo Biodiesel pronto. Voce acha que o agricultor iria deixar de vender o óleo vegetal puro por praticamente o mesmo preço do biodiesel, onde ele gastaria mais uns R$ 0,20 por litro?