Postado originalmente por
osarmento
Caros amigos,
Gostaria de pedir permissão para entrar no tópico e adicionar algumas informações que julgo importantes nesse assunto.
Em princípio, nenhum motor a ciclo diesel (ignição por compressão) gera vácuo no coletor de admissão. Isso se deve a ausência de borboleta, como ocorre nos motores de ciclo Otto (ignição por centelha).
Nos veículos a diesel, cujo sistema de assistência de frenagem é a vácuo, (nos caminhões pesados é a ar-comprimido) há necessidade de adição de uma bomba, que gerará a quantidade de vácuo necessária para a atuação do servo-freio. Todos os veículos leves a diesel contam com bomba de vácuo, não por acaso.
É muito curioso saber que a montagem sugerida aqui (tomada de "vácuo" diretamente do coletor) dá resultados. Na verdade, a pressão existente no coletor deveria ser positiva, em virtude da ação do turbocompressor.
Alguns detalhes devem ser levados em consideração:
A existência de vácuo no coletor de um motor diesel só ocorre se houver uma restrição muito grande nos dutos de entrada de ar no motor como mangueiras estranguladas e/ou obstrução do elemento filtrante do filtro de ar. Nesse caso, ao aliviar a carga sobre o motor (tirar pé do acelerador) poderia haver uma breve ocorrência de vácuo que seria armazenada na "cuíca" do servo-freio.
Em condições normais, não há formação de vácuo, basta colocar um vacuômetro no coletor para atestar isso.
Na mangueira que abastece a "cuica" do servo-freio com o vácuo gerado pela bomba, há uma válvula direcional (one way check valve) que é responsável por manter o vácuo na câmara da cuíca. É por conta dela, que em condições normais, temos sempre uma feiada extra com pouco esforço, mesmo depois que o motor for desligado.
Na montagem em questão, a única explicação para formação de vácuo seria alta restrição no circuito antes do coletor, conforme explicado.
Nesse caso, se houver uma falha na válvula de retenção de vácuo, o que ocorrerá é a admissão na cuíca do freio de pressão positiva gerada no coletor de admissão pelo ação do turbocompressor. Nesse caso, o servo agirá de maneira oposta ao que foi projetado, ou seja, ao invés de agir diminuindo a força de atuação no pedal de freio, vai aumentar a força, cujo resultado é previsível.
Sendo assim, sugiro aos colegas muita cautela a adotar a sugestão de anular a bomba de vácuo. Se fosse simples assim, em nenhum modelo a diesel seria necessitaria de bomba de vácuo.
Tenho acompanhado o tópico sobre os problemas com a bomba de vácuo dos LR´s. Antes de partir para a substituição da bomba, é preciso ter certeza se ela é a causadora da falta de vácuo. É necessário verificar inicialmente todo o circuito do servo-freio (magueira, válvula e cuíca) para ter certeza de não estar havendo perda de vácuo nesses componentes.
Saudações a todos,
Octávio