A Chevrolet lançou ha pouco a versão Midnight da S10 com visual mais personalizado. Apesar de estilizado, nada muda na estrutura da picape que originalmente vem com motor 2.8 turbo diesel de 4 cilindros, 200 cavalos e 51 kgfm acoplado ao cambio automático de 6 marchas, além da tração 4x4.
Esta receita já faz a picape estar entre as 3 mais vendidas do Brasil. Mas qual seria o real propósito da GM para este modelo? Na minha opinião a Chevrolet se baseou na estratégia de oferecer o que os clientes normalmente fazem logo após a compra do carro: personalização estética. Optaram por fazer isso de forma bem simples e com baixo custo, pois este produto é direcionado aos que compram a versão intermediária e não a mais simples ou a mais top.
A Toyota fez o mesmo com o modelo Hilux Challenge que avaliamos recentemente e também posicionaram como versão intermediária, inclusive, ambas não possuem bancos em couro, chave de presença, rebatimento elétrico dos retrovisores, sendo ainda que no caso da Hilux possui câmera de ré e na S10, infelizmente não e faz muita falta.
Muitos proprietários de S10 costumam personalizar alguns itens para diferenciar das outras. Muito esperta, a marca passou a fazer este trabalho e cobrar por isso, ou seja, para ter esta edição personalizada de fabrica, custa perto de 10 mil reais, que inclui: rodas pintadas de preto, adesivo Midnight, Santo Antonio, estribos, grade frontal e até a gravatinha pintados em preto. Tudo isso no visual externo do carro que chama atenção por onde passa.
Na minha opinião, a joia esta no interior com as colunas e teto preto. Estes normalmente de cores claras, são os primeiros a mostrarem marcas de sujeira quando utilizados para o trabalho e no fora de estrada. Apesar desta joia, pecaram em 3 itens, os dois primeiros são mais visíveis, a gravatinha do volante e da chave serem douradas. Estes dois itens deveriam seguir a personalização de cor, preto. O terceiro item é o cromado da alavanca de cambio que deveria seguir o cinza bonito que é encontrado nos puxadores e nas saídas de ar.
O preço é um pouco mais salgado que o da concorrente partindo de 166.690, contra os 162.000 da Challenge. Porém, na minha opinião, a Chevrolet entrega uma picape muito mais acertada que a Toyota, não só em segurança, mas em conforto, dirigibilidade, motor e cambio. Entre as duas, eu compraria a Midnight.
Muitos reclamam do conforto a bordo, devido ao balanço da suspensão. Já ví matérias de colegas que fizeram avaliação da S10 e vários comentam sobre isso. Como nós off roaders somos um pouco mais fuçados, já regulo o conforto direto na calibragem dos pneus, sem deixá-los fora da especificação ou muito mais baixo que o recomendado. Acontece que algumas libras a menos já faz a suspensão ficar mais confortável, ou seja, se sem carga pede 30 lbs, coloco por perto de 28 lbs e fica uma maravilha, mas se andar com as 30 lbs, ai pula mesmo.
Em resumo, a S10 ainda te dá a sensação de conduzir sem eletrônica, que para meu gosto é muito prazeroso. Da para ouvir o barulho do motor diesel funcionando e também da turbina enchendo. Diferente das mais modernas como no caso a Amarok que faz tudo sozinha e que quase não conseguimos ouvir o som do motor nem tão pouco da turbina enchendo. Para quem gosta da tocada original das picapes antigas, só que em uma 0km, a S10 é a melhor opção no mercado.
No próximo texto vou contar sobre uma viagem pelo Brasil a bordo do Land Rover Discovery Sport HSE, acompanhe...
Flávio Verna
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