Tive a sorte de receber para avaliação a S10 High Country que estava no topo como a mais potente picape média do mercado nacional, mas que na mesma semana perdeu o posto para a recém chegada Amarok V6.
A S10 diesel 2.8 turbo diesel entrega 200 cv de potencia e 51 kgmf contra os 225 cv e 56 kgmf da Amarok V6. Potencia, parece que nunca é demais e no caso da S10 também não é de menos. Acontece que a S10 mesmo sendo agora inferior a Amarok em potencia, não deixa nada a desejar e pelo contrário, possui um diferencial na condução que a Amarok não tem, opção de rodar no modo 4x2, que na Amarok é integral. Ou seja, para quem esta acostumado ha muitos anos com picape e já tem seu modo de condução aproveitando a leveza da traseira para contornar uma curva cantando pneu, ou simplesmente lavar o pára-brisa do colega de trilha com lama, fica mais fácil no 4x2.
O ronco da S10 é de motor diesel 'raiz', o 2.8 MWM nem parece eletrônico, para quem gosta é um prato cheio. Na saída de escape traseiro o som também é bom de ouvir, parece até som de picape mexida, chipada. Na condução idem, sendo que no ultimo semestre de 2017 o motor foi recalibrado e ganhou a tecnologia CPA (Centrifugal Pendulum Absorber) que ajuda a reduzir os níveis de ruído e de vibração, similar ao de automóveis a diesel de luxo. Além disso, o sistema otimiza o acoplamento da transmissão em rotações mais baixas, proporcionando a sensação de melhor aceleração, retomada e menor consumo de combustível.
Falando em consumo de combustível, rodamos um total de 1706 km, onde a média geral ficou em quase 9 km/l. Na rodovia alcançamos média de 12 km/l, cidade 7 km/l e no uso off road quase 6 km/l. Estes números são muito bons se considerado a potencia entregue em cada aceleração. Lembrando que esta picape pede uma tocada mais esportiva, ou seja, acaba sendo mais elevado o consumo, mas para aqueles que andam na 'maciota', podem contar com um rendimento muito melhor, tendo em vista que estas medias foram extraídas em situação de teste onde o foco não foi economia.
Gostei bastante da S10 no quesito conforto de suspensão, porém, tanto na terra quanto no asfalto, tomei alguns sustos com as saídas de traseira repentina. Com esta picape não existe espaço para descuidos em curvas ou descidas enlameadas. Já o curso da suspensão é bastante satisfatório, dificilmente alguma roda fica no ar sem contato com o solo.
Sobre seu design, acho coerente com as propostas oferecidas no Brasil, mas falta um pouco mais de agressividade. Nós brasileiros, gostamos de visual bruto para este tipo de carro, fica a dica. Quanto ao conjunto óptico, os faróis são eficientes, mas inferior ao da concorrência. Já a lanterna traseira que recebeu Led ficou mais atual, porém seu relevo fica exposto demais à quebra. Iluminação de solo e direção para este tipo de veiculo é essencial e já poderia existir pelo menos na versão High Country.
Os bancos são aceitáveis no quesito conforto, mas judia dos ocupantes em trechos acima de 300 km ou 4 horas. O ajuste elétrico só esta disponível para o banco do motorista nesta versão avaliada. O painel é aquele que todos nós ja conhecemos, plástico duro de boa qualidade.
Na caçamba tinha esta etiqueta, ao menos avisam né? Ou seja, o Santo Antonio ali é só ornamental e não deve ser apoiado nada sobre ele com o risco de quebra. Já a capota marítima é ótima e isola bem contra poeira e chuva se bem fechada. O estribo é bom, bem reforçado, mas se estiver molhado ou com barro, tem que tomar cuidado, pois escorrega bastante.
Para você ter uma Chevrolet S10 High Country na garagem vai precisar desembolsar 177.000, investimento que vale a pena.
Até a próxima!
Flávio Verna
Fverna
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